O papel do professor: reflexões sobre novas perspectivas didático-pedagógicas - dia 3 de março de 2021, quarta-feira


 É muito provável que estes sejam os maiores problemas enfrentados nas últimas décadas no contexto educacional: a adequação dos recursos e dos meios relacionados aos processos de ensino e aprendizagem, e, sobretudo, a formação dos professores para atuar nesses processos. 
Conjecturando uma reflexão acerca dessas questões, é inevitável ponderarmos sobre a nossa condição na atual conjuntura, pensando na relação entre o antes (o ensino, o perfil do professor e do aluno, as práticas) e as novas demandas. Sabemos o quanto temos de aprender sobre as novas perspectivas do ensino, sobre como nos adaptar ao modelo de ensino híbrido. Enfrentamos um contexto que exige novas formas de comunicação, novos aparatos, habilidades diferenciadas, tanto para os professores quanto para os alunos.
Quanto às perspectivas pedagógicas e à pedagogia dos meios, no que diz respeito às potencialidades das tecnologias para a aprendizagem, havemos de convir que elas têm grande potencial, mas entendemos que as metodologias ativas - mesmo com todos os avanços das tecnologias digitais - por si sós, não dão conta daquilo que é inerente às relações humanas. 
Por isso, é pertinente trazermos ao debate a questão da educação híbrida na atual conjuntura. Não obstante compreendermos a essencialidade do papel do professor no sentido de transmitir o conteúdo de forma humanizada, levando em conta a flexibilidade inerente aos processos de ensino e aprendizagem, corroboramos as potencialidades das metodologias ativas para a aprendizagem: possibilitando ao aluno o desenvolver do pensamento crítico, da autonomia e da criatividade para pesquisar, analisar e produzir suas atividades. 
O híbrido aqui referido diz respeito não somente à articulação do ensino presencial ao on-line, mas abrange a articulação de espaços múltiplos de aprendizagem, nos quais se consideram a diversidade de sujeitos envolvidos no processo e as diferentes linguagens.
Então, articular o on-line e o presencial levando em conta as diferentes formas de expressão, as diferentes linguagens, prescinde de aprendizagem e experiências com as mídias (tanto físicas quanto virtuais) como mediação e potencialização do ensino, levando em conta o protagonismo do aluno e a mediação do professor. 
Ainda não temos muita experiência em promover o ensino de modo que possamos favorecer a aprendizagem integrando as mídias como facilitadoras e potencializadoras do ensino. Mas temos de pensar numa educação em que o aluno esteja no centro do processo, com autonomia para construir os percursos de sua aprendizagem. Para fundamentar esse pensamento, tem de se levar em conta cada indivíduo e tudo que lhe é inerente, possibilitando-lhe a construção de seus percursos de aprendizagem de forma consciente e reflexiva, interagindo com o ambiente e com os outos. 
Não menos importante, ressaltamos, ainda, a complexidade do processo inerente às ações do professor, que deve levar em conta todo o contexto de sua perspectiva profissional, considerando os objetivos do âmbito mais geral para o particular. Isso significa que, além dos objetivos de sua área do conhecimento, de sua disciplina, do ppano e do planejamento de aulas, devemos considerar os objetivos dos programas e dos projetos institucionais (da IES e da escola), dos alunos e do contexto sociocultural.
É certo que está mais do que na hora de repensarmos a nossa perspectiva de ensino. E, no contexto atual, não podemos prescindir de abordagens que privilegiem a dimensão da aprendizagem significativa. É coerente defender que o ensino tem de fazer sentido para o aluno a fim de que, ao longo do processo e ao longo da vida, ele tenha motivação para continuar aprendendo e o desejo de transformar-se assumindo um papel ativo na educação, para além dos processos seletivos. 
Irremediavelmente, vivemos uma realidade relativamente nova e definitiva. É inegável que o ensino híbrido é a grande questão da educação hoje; e isso diz muito sobre o papel do professor, de seus investimentos para uma postura mais criativa, com maior engajamento com os alunos e com as mídias digitais para criar situações em que os alunos se sintam integrados, articulando as novas possibilidades de aprender aos seus interesses. 
No centro dessas reflexões, vejo-me entusiasmada ante os textos que serviram de base para esses escritos; e, ao mesmo tempo, ansiosa para dar conta do muito que captei no pouco que li. Tantas informações essenciais às quais não tive acesso até então. Compreendo, com isso, o quanto me falta para realizar um trabalho tão importante. E a minha consciência me diz o quanto eu tenho de me preparar. (Permitam-me, meus coordenadores, agradecer pela oportunidade de aprender e pelo empenho em nos orientar!).
Reflito sobre o ponto a que preciso voltar, onde possa compreender se os métodos em que tenho investido darão conta, efetivamente, do trabalho que busco realizar. Entendo que é hora de ouvir, de ler, refletir, “sem muitos ruídos”, a fim de aprender mais. Aceito a assertiva das máximas do Barão de Itararé sobre a metáfora do tambor. Com essas ponderações, também quero aprender a avaliar as minhas práticas, a planejar as minhas aulas visando ao interesse e à efetiva participação do aluno. 
Para tanto, destaco o pensamento de que ter didática, muitas vezes, é suficiente. Capitei das máximas do Barão quando afirma que o professor não precisa saber tudo sobre informática. E havemos de concordar com a ideia de que a criatividade e a noção sobre o tempo (histórico, cronológico) também são necessárias para a nossa preparação.
De outro modo, abstrair, nessas reflexões, o pensamento de que não importam os títulos, nem mesmo os anos de experiência se não estiver aberta aos novos saberes. Preciso me atualizar para não passar pelo constrangimento de estar alheia aos novos conhecimentos, literaturas, referenciais, métodos, abordagens etc.
Estudar os textos dessa coletânea foi importante, inclusive para problematizar os processos avaliativos, que também precisam ser repensados. Isso porque há um problema grave que ainda não foi superado, que é a forma inadvertida pela qual avaliamos os alunos, já que é preciso superar o modo como se atribui notas às atividades dos alunos, deixando de avaliar o processo, os percursos metodológicos e abordagens, e ao próprio professor.
Pensando nesses problemas que temos enfrentado no exercício da docência, destacamos o fato de que os processos educacionais são complexos por natureza, visto que o ensino e a aprendizagem dependem, também, da afetividade, da ação/reflexão, de suas habilidades para ponderar sobre os percursos metodológicos, as abordagens e estratégias que se adequem ao novo panorama.
Estou pensando muito mais agora sobre tudo isso, desde o material que preparo para apoiar as minhas aulas, levando em conta as estratégias para dinamizar as aulas, a linguagem adequada ao tipo de material e ao contexto de ensino; saber selecionar um vídeo como material didático, bem como os programas como recursos didáticos conforme suas finalidades, por exemplo, faz toda a diferença. 
Eu sou uma entusiasta da docência, meu otimismo é exagerado. Isso pode atrapalhar os alunos, mas tem me ajudado a enfrentar os problemas a que estamos submetidos no âmbito educacional. Há tantos profissionais desmotivados. É certo que o exagero tende a trazer prejuízos. Mas prefiro a minha extravagância à falta de credibilidade que tem impactado o trabalho de muitos. 
Por fim, entendi que preciso evitar o exagero na oferta de materiais e na proposta de trabalhos, isso para me adequar a essa realidade, bem como à velocidade com que os processos acontecem de modo geral, sobretudo nos meios digitais. E compreendo que o aluno, tendo em vista seu papel de protagonista, também tem influência e responsabilidade em relação à eficiência do aprendizado, além da autonomia que lhe é conferida no processo.

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